terça-feira, 17 de março de 2009

Minha alma tão vazia refletida na cidade do Recife
Eu chorava não pelos que foram, mas pelos que ficaram
Do tempo são o retrato do povo maltratado
E nas mesmas pontes que passei desolada
Vejo maravilhada que todas as sacrificadas e sacrificados
Desfilavam com sorrisos iluminados
A justiça não chegara
Mas nas asas da liberdade
Voávamos, pois era carnaval
E eu cantei um frevo de bloco
Olhei praquele mais bonito sem medo e sem pudor
Fui colombina para tantos arlequins e pierrôs
Um palhaço escondendo sua dor
Eu brinquei os quatro dias
Vendo o fogo queimar
Pra na quarta ver a cinza passar
Dia desses nas ruas movimentadas do Recife
Eu ouvir vassourinhas tocar
E quando me dei conta
O povo todo parou de trabalhar, de andar, de comprar.
E um dia normal foi sem querer promovido a carnaval

2003

2 comentários:

  1. Há certo gosto em pensar sozinho. É ato individual, como nascer e morrer. (Drumond)..Achei tua cara!

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  2. Tati belas reflexões..."quem não sonha o azul do vôo perde o seu poder de pássaro."( Thiago de Melo)
    É isso amiga, ver, pensar, dizer, fazer e sonhar nossos verbos da estrada, bjs.
    Sandra santos

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