A chuva lá fora me canta uma canção em uníssono
Enquanto todos aproveitam o seresteiro e dormem embalados
Eu prefiro ficar acordada
Ouvindo a cantoria dos telhados e calçadas
Quando vem forte a chuva parece um solo de tenor
Quando ta indo se despede em soprano
Soprando palavras que traduzo, não com a mente perturbada do cotidiano
Mas, com o resto de pureza que sobrou em minha alma
Me conta um segredo através dos pingos e das bicas
Me conta o que eu já sei e deixo adormecido
Por isso é que me inquieto em dias e noites de chuva
Ela me fala a mesma coisa em vários tons
Chuvisco, tempestade, garoa...
Não é estática como o sol, dinâmica arrasta as coisas, muda tudo de lugar
É chovendo na rua e lavando dentro de mim
Chuva interna é fachina na vida
Assim como os trovões que meus pais diziam ser anjos fachinando o céu
É por isso que a chuva é sagrada, lava minha alma
Ajuda a germinar meu versos
Chove de inspiração no meu adubo de palavras
Que eu escrevo plantação.
31/05/05
arrasou, muito lindo seus sentimentos e suas expressões sobre a chuva e sua enxurrada de emoções!!!!!!!! q poetisa, é quase Luzilá Gonçalves, hauhauahuhau
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