sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Meus 20 e muitos anos!



Beirando aos trinta, eu olho pra mim e fico feliz por ter a possibilidade de me descobrir e me entusiasmo por saber que esta descoberta será constante e cada vez mais lúcida.

Não li Balzac ainda, mas estou escrevendo e tecendo uma mulher de 30. É enigmático, ser criança, moça, velha dentro de uma mesma mulher e em um tempo e espaço definido.

Eu sou quem corre, faz travessura, birra, chama atenção, machuca, não tenho medida nem limite, eu sou a recalcada que se julga, se talha, se espreme, se encaixa, e no fim eu sempre sobro, eu me espalho, junto os cacos e me recomponho.

Eu me dou o colo como uma velha robusta, eu me acalanto, eu me energizo, eu me refaço.

Eu subo no salto, no palco, projeto minha voz, imponho minha presença, esfrego minha opnião, protesto, amo, tenho medo, tenho vergonha, sou sem vergonha, safada, abusada, ousada, choro, peço, esperneio, não aceito, agradeço, perdoo, guardo rancor, tenho muita raiva e inimigos, tenho amigos e sou toda ouvidos. Morro de saudades e de paixão, gosto de beijo na boca e mãos dadas, cavo elogios e fico sem graça, toda engraçada faço piada, gargalho da minha cara e me acho bonita quando passo no espelho.

Eu vou fazer 30 anos e minha criança interior vem me fazer cócegas e me pôr em saia justa. Eu deixo minhas pernas a mostra e me incomodo quando dizem que eu quero aparecer. Eu cresci e apareci e não tem mais como Alice encolher!

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