sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Me debatendo muito decido o meu voto!



Não tinha nenhuma expectativa com relação ao debate dos prefeituráveis. Qual o Projeto de cidade que defendem? De que perspectiva? Com qual classe estão comprometidos? Oxi, classe? Deixa para o PSTU que é contra burguês. Ressalva ao Roberto Numeriano, que cumpriu seu papel de denúncia, de marcar posição, de protesto, de expressar que não estamos vivendo um grande consenso, apenas a tentativa ideológica de que acreditemos no consenso, “na paz que eu não quero seguir’.

Pensei muito, daria de bom grado meu voto ao Jair Pedro ou ao Numeriano. Mas, creio, que mesmo sendo um voto de protesto, muito válido (não sou do tipo que pensa que votar em candidato pouco votado é jogar voto fora), seria uma escolha pouco estratégica.

Quando olho para o cenário, não enxergo os candidatos, enxergo o partido, a identidade não é a da juventude no poder, ou dos trabalhadores no poder, é a do partido da vez. Os cotados já estiveram lá, todos: o novo e o não tão novo, o azul e o encarnado, e o verde azulado, e o encarnado amarelado.

Eu já decidi vou pelo menos mal, é triste falar assim esse desespero é moda... em 2012, parafraseando Belchior, mas, meu voto será uma negativa a política arbitrária e ditatorial silenciosa do PSB, que abafa e proíbe greve dos professores, que deixam servidores sem reajustes. Que implementam privatizações em pele de cordeiro. E o Daniel Coelho, não tem nem truques da cartola, seu partido já implementou tudo isso só que de forma escancarada. E o PT? Quase igual ao PSB de Geraldo Julio, a mais nova celebridade instantânea do mundo da política, político miojo, famoso quem? Clone do governador: Recife- mini Pernambuco!

Pois bem, por um quase, eu me decidi. O PT corta ponto, implementa a contrarreforma do Estado, paga dívida externa, mas é o partido que topou o debate dos movimentos sociais, abraçou a causa da violência contra a mulher, é inegável sua rede de referência ao atendimento às mulheres vítimas de violência no Recife, é o partido que deu espaço por dentro do governo as demandas do povo negro, da comunidade LGBTTT. É o partido que trata o craque como questão de saúde pública com o consultório de rua. Foi o partido que freou as mortes de inverno, um grande drama da cidade do Recife, mortes por desmoronamento de barreiras. Eu tenho muitas críticas sim, um auxílio moradia de R$ 150,00, servidores mal tratados, entre tantas coisas. Mas, é inegável, alguma coisa mudou e no meio da barbárie, só o fato de diminuírem mortes conta muito. Temos ainda a política velha do pão e circo, artistas sem receber, mas com toda a desgraça, temos um carnaval emocionante, multicultural, descentralizado e de graça. Adeus recifolia, adeus cordão de isolamento.

Não me considero mais petista, a elite do PT é autoritária, seus políticos expressivos são personalistas. Mas é o partido de massas, uma massa consciente que se entristece com a corrupção, que cobra, e que essa massa sim é da classe trabalhadora.

Meu voto: uma nova chance ao PT!

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