Ao invés de encontrar um santo SÃO PAULO, deparo-me com uma singela pecadora de codinome Paulicéia Desvairada. É daquelas mulheres que não serve para casar, apenas para viver uma aventura. Ninguém aguentaria suas crises de TPM, do tamanho do seu território. TPM que engarrafa o trânsito, milhões de passadas inquietas pelo centro, apressadas, apressadas e os sanduíches de MORTANDELA que se engole sem mastigar, porque a Paulicéia tirana tem pressa.
Ninguém aguentaria a menina desvairada que de repente se ver na menopausa com uma confusão de temperaturas, efeito cebola, efeito estufa, ai que calor! E daqui a pouco, ai que frio! Poxa Paulicéia me deixa visitar o mirante, daqui a pouco eu vou embora "tenha paciência, que aqui mando eu!"
Mas, Paulicéia é um amor: após as 19h a paulista fica linda, linda e iluminada, moderna e ao mesmo tempo clássica, apenas a Alameda Santos compete com tanto charme. Paulicéia e seus segredos, pequenos bosques espalhados pela cidade, e o lindo parque Ibirapuera, refúgio. Desvairada e sua arte, antropofágica, museus: do futebol, Afro, da língua portuguesa, pinacoteca, teatros. Baladas na Vila Madalena, baladas cubanas. Tem a arte, é Rita Lee e é Pagu.
GENEROSA, acolhe o mundo em seu seio maternal, é parece que a tpm passou... COSMOPOLITA, basta um passeio no Bom retiro, são judeus e armênios, ou na liberdade... São sotaques, cores que fazem da Paulicéia um mosaico. Mas, é também CONTRADITÓRIA, construída com o suor de nordestinos, lhes castiga, lhes relega a toda a sorte de outro santo SÃO MIGUEL. Meu sotaque por aqui não é novidade, meu T e meu D falado entre os dentes não impressiona, mas também não diferencia, é baiano ou paraíba... é pernambucano, é brasileiro, oxente!
Esta Mulher Paulicéia me encanta, altiva e pequeno burguesa, operária e imigrante. Moderna e clássica. Complexa, dialética, bela! E, é pra casar sim, mas não é monogâmica e nem heterosexual. Ela casa e descasa, ela acolhe e castiga, ela dá pra qualquer um. Ela é de direita conflitando com as manifestações de esquerda em frente ao MASP, ela reprime, ela oferece, ela nega, ela vende, ela veda, ela, ela toda ela. Inteira e fragmentada.
Amanhã eu me descaso dela, como boas amigas, volto outro dia para visitar. Perdôo a chuva, são caprichos e uma mulher entende a outra. Agradeço a acolhida, o gosto de sol resistindo a neblina, as belezas as feiúras, a carne viva escancarando as feridas para que eu não me iluda. Agradeço a sinceridade, que reafirma qual o lado que devo sambar, é do teu lado mais agressivo, que não é só teu, é do Brasil e é do mundo. Adeus desvairada, até a próxima temporada!
Guarulhos, 09 de Abril de 2010.
Tatiane Melo
Ninguém aguentaria a menina desvairada que de repente se ver na menopausa com uma confusão de temperaturas, efeito cebola, efeito estufa, ai que calor! E daqui a pouco, ai que frio! Poxa Paulicéia me deixa visitar o mirante, daqui a pouco eu vou embora "tenha paciência, que aqui mando eu!"
Mas, Paulicéia é um amor: após as 19h a paulista fica linda, linda e iluminada, moderna e ao mesmo tempo clássica, apenas a Alameda Santos compete com tanto charme. Paulicéia e seus segredos, pequenos bosques espalhados pela cidade, e o lindo parque Ibirapuera, refúgio. Desvairada e sua arte, antropofágica, museus: do futebol, Afro, da língua portuguesa, pinacoteca, teatros. Baladas na Vila Madalena, baladas cubanas. Tem a arte, é Rita Lee e é Pagu.
GENEROSA, acolhe o mundo em seu seio maternal, é parece que a tpm passou... COSMOPOLITA, basta um passeio no Bom retiro, são judeus e armênios, ou na liberdade... São sotaques, cores que fazem da Paulicéia um mosaico. Mas, é também CONTRADITÓRIA, construída com o suor de nordestinos, lhes castiga, lhes relega a toda a sorte de outro santo SÃO MIGUEL. Meu sotaque por aqui não é novidade, meu T e meu D falado entre os dentes não impressiona, mas também não diferencia, é baiano ou paraíba... é pernambucano, é brasileiro, oxente!
Esta Mulher Paulicéia me encanta, altiva e pequeno burguesa, operária e imigrante. Moderna e clássica. Complexa, dialética, bela! E, é pra casar sim, mas não é monogâmica e nem heterosexual. Ela casa e descasa, ela acolhe e castiga, ela dá pra qualquer um. Ela é de direita conflitando com as manifestações de esquerda em frente ao MASP, ela reprime, ela oferece, ela nega, ela vende, ela veda, ela, ela toda ela. Inteira e fragmentada.
Amanhã eu me descaso dela, como boas amigas, volto outro dia para visitar. Perdôo a chuva, são caprichos e uma mulher entende a outra. Agradeço a acolhida, o gosto de sol resistindo a neblina, as belezas as feiúras, a carne viva escancarando as feridas para que eu não me iluda. Agradeço a sinceridade, que reafirma qual o lado que devo sambar, é do teu lado mais agressivo, que não é só teu, é do Brasil e é do mundo. Adeus desvairada, até a próxima temporada!
Guarulhos, 09 de Abril de 2010.
Tatiane Melo
NOSSA com tantos detalhes assim...
ResponderExcluirsinto que já visitei essa linda cidade pela sua descrição =D
deve de ser linda mesmo que inveja ;) rsrsrs
bejuus Ass: Mary Melo
meninaaaa...qta inspiração uma viagem não traz à tona hein? Um diário de bordo super poético, adorei!
ResponderExcluirirmã!!
ResponderExcluirmuito massa o texto, roubando as palavras de priscila um diário de bordo super poético, ta lindo, parabénsss!! arrasouu!!!
Nossa Tati, que inspiração hein, me emcionei aqui viu, logo ei um paulista suburbano, que de beco em beco, amo e odeio SP,rs
ResponderExcluiradorei sua visita viu
Loguinho se vai ver, conhecerei a histórica Recife e Olinda,rs
bjs
Adorei SP. Cosmopolita, urbana, fervente, sem sono..., mas tens razão uma menina para uma noite de amor um beijo e me liga.
ResponderExcluirSou uma recifense tão apaixonada pela
minha cidade, que SP mesmo encantadora não sei...
muito bons seus textos, tati. arnaldo nao encontrou nenhum erro. hahaha ;)
ResponderExcluirum comentário? vc tá linda na foto hein!!..hehehe..
ResponderExcluirSeu texto é perfeito, mas é que a foto ficou muito boa pô.. super.. assim.. intelectual mode on!! Sei lá.. a botinha ameaçando um degradê com a tonalidade da bolsa e a cor da calça.. deu um, como se diz, tchaaaaammmm!!!
"Larguemos besteiras e se apeguemos as palavras" kkkkkkkkkkk
na verdade eu tenho pouco a falar, pois, sabe.. definir a pauliceia desvairada como uma mulher de aventura (mas é mulher de casar simm..."muito bom") foi de uma poética fabulosa.. caos, tpm, bosques, vida!
parabens tati
Obrigada pelos comentários, fico feliz e assim não me sinto sozinha rsrsr
ResponderExcluirAgora, as dicas de moda de João, superou! kkkkk
bjos a todas e todos